Tive vontade de falar do amor,quase como uma necessidade
urgente,um desejo possante e aquela sensação de dever que ninguém sabe ao certo
de onde vem.
Cedi ao impulso e revi um pouco de tudo que poderia falar,e
das coisas que pensei,desse tipo estranho meio que desconhecido de amor pra
mim,soube que pouco do que eu dissesse soaria sincero de verdade.
‘’Eu sou um poeta e não aprendi a amar’’ foi a frase que
invadiu minha cabeça bem em cheio,e sozinha senti uma mistura de vergonha e
confusão.Tentei me justificar que tenho a vida inteira pra aprender sobre o
amor e qualquer coisa parecida,e sei que estou certa quanto a isso.Mas a culpa
que senti foi pelas oportunidades que perdi de pelo menos fazer um esforço para
entende-lo.
Não vou dizer que nunca amei,antes pudesse dizer isso e
resolver minha confusão dizendo a mim mesma que apenas não chegou a hora
certa.Mas é exatamente isso que me faz hesitar uma,duas,três vezes em confessar
que talvez eu tenha experimentado disso que
não entendo,é que mostra o meu medo por inteiro,minha covardia tão bem
disfarçada.
O que sei de amor pouco tem haver com os contos de
fadas,finais felizes e ‘’viveram felizes para sempre’’.Na verdade,acho que é
tudo muito moldável,você faz o que bem entender da historia que o acaso te dá
de presente,pois bem,acho que estraguei todas de que já fiz parte.
Eu não sabia o quanto no fundo era orgulhosa até começar a
pensar um dia em coisas estúpidas e bonitas,querê-las pra mim ou só
entregá-las a alguém,e não conseguir
concretizá-las.
É como uma máquina que sempre vai ao concerto,porque por
algum motivo algum esperançoso dá de não querer se desfazer logo dela.Ela volta
parecendo nova,pronta pra funcionar,mas na hora,emperra.
E não é por falta de vontade,muito menos por falta de
sentimento.Tenho tanto carinho guardado dentro de mim,além de incontáveis
poemas em prosa que diriam tudo que minha boca jamais se atreverá a dizer em
voz alta.E isso tudo vale pra nada.As iniciativas que não tomo,os olhares que
ignoro e os poemas que empoeiram na gaveta.
Pelo menos eu não nego minha fraqueza,apesar de negar
constantemente que me importo mais do que deveria com um certo nome,ou com o
dono dele.Assim como vai ser difícil me ouvir associando-o a qualquer tipo de
afeto.Esmago o que sinto,fingindo nem sentir,por alto assumo já ter sido assim
como na realidade jamais deixou de ser.Pouco importa.
Vai entender,um dia esse tal de amor me pega de jeito,e
espero do fundo do meu coração pra que ele demore o tempo necessário pra que eu
aprenda a aceita-lo.Não combina mesmo comigo isso de me entregar,mas um dia
indefinido,quando o amor chegar,vou dizer que ele pode se entregar pra mim
sim,que eu cuidarei dele com jeitinho.
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