quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Se

Se você existir, o que há indícios
Um dia eu te encontro por aí, por lá, ou por cá;
Se eu existir, o que ás vezes duvido

Pego um ônibus com destino pra Minas Gerais;
E talvez a gente brinque o carnaval,
Quem sabe suba a serra;
Pode ser que a gente se embriague
Falando de amor, de música e de guerra;
Mas se for você uma imagem, o que tem sido
Que vomita poemas na linha do tempo, que desperdício;
Se for eu  um contato, o que admito
Espero que me mantenha entre os seus como manteria um bom livro;
Na era dessas distancias menores, que aproximam sem trazer
E atraem sem significar;
Ou alguém assume uma passagem, decora um poema
Ou nada , ou quase nada.

Terra sem lei

Se meu coração fosse terra mais fértil, insistiria
Como é terra sem lei, deixo passar
Como é terra sem dono, fico a esperar
O sossego de quem aqui chegou primeiro
O devaneio de quem vem de alto mar;

Se meu bem querer fosse mais certo, eu diria
Como é sem pretexto, permito que se vá
Como é sem enredo, deixo desenrolar
Ao sabor de um vento que venha de longe
E da brisa velha conhecida de cá;

Se a falta não se fizesse sentir tanto, ignoraria
Como é barulhenta, a escuto gritar
Como é violenta, peço para passar
Passe quando o tempo decidir que assim seja

Ou quando o encontro deixe a saudade descansar.