segunda-feira, 12 de março de 2012

Não sei , só sei que foi assim


Certa vez escrevi uma crônica explicando aos meus leitores como fui parar dentro de suas casas na segunda página deste jornal que vocês estão lendo agora.
O texto teve uma repercussão boa pelo que me lembro,tinha mencionado alguns dos possíveis paradeiros dessa fotinha 3x4,como a gaiola do papagaio,cantinho do cachorro,tapete do carro.O Arquivo Publico Municipal muito gentilmente até me enviou um email dizendo que sempre que possível eles arquivavam os jornais, e por pelo menos algumas vezes meu rosto estaria bem longe das gotinhas de Pipidog.
Mas acontece que a vida tem uma criatividade muito maior que a minha,e de vez em quando ela gosta de me pregar umas peças pra mostrar que ganha da minha imaginação.
Veja só,foi aniversário de um amigo meu esses dias,e resolvi dar a  ele um coelhinho de presente.É,um coelho de verdade,que  pula,mexe o fucinho igual a Feiticera e excreta bolinhas de sucrilhos Nescau Radical(se você já teve um coelho e gosta de cereal entende bem essa semelhança).
Resolvi que ia dar o bichinho por três motivos:primeiro porque é a minha cara dar esse tipo de coisa,depois que ninguém esquece alguém que lhe deu um roedor de aniversário,seja porque gostou ou mesmo porque é diferente,pra não falar que é pra lá de esquisito.E também porque ele mora em um condomínio em que diz nos termos que os moradores não podem ter cães nem gatos,mas não há nada escrito a respeito de coelhos.
Lá ia eu com um outro colega na avicultura,amolar novamente o vendedor e perguntar se já haviam chegado os filhotes.Segundo ele só na semana seguinte.
Quando já ia embora com aquele ar de ‘’fazer o que né’’, olhei pra gaiola de uma coelha grande e gorda e vi a criatura dar a luz.Foi um choque na hora,mal o primeiro já acabara de sair o segundo já vinha saindo.Gritei o  dono da loja,que até então nem sabia que a  coelha estava prenha.
Os pequeninos nascem pelados,cegos e surdos,a primeira vista não é nem de longe algo que se chame de fofo.Mas depois de assistir a mãe lamber cada um dos seus muitos filhinhos e arrancar o pêlo do próprio corpo para cobri-los eu achei aquilo tudo a coisa mais linda do mundo.
Me agachei e vi o parto do primeiro ao ultimo,pensando comigo como a natureza  é incrível e que Deus tem as manhas de me deixar de queixo caído.Logo veio o moço picando um jornal pra ajudar a fêmea a fazer um ninho,e podem acreditar,era bem a pagina da minha coluna.Não teve como não rir do fato.
Contando a historia a um conhecido depois de cair na gargalhada ele me perguntou se eu achava se tratar  de destino ou acaso.Não sei mesmo,e nem acho que isso importe tanto.Só sei que daqui a duas semanas volto lá pra buscar meus coelhinhos,claro que agora um vai ser meu também. Se foi pré destinado ou se eu era apenas a página certa na hora certa eu não sei,só sei que foi assim.


segunda-feira, 5 de março de 2012

O melhor amigo do homem



Companheiros,fiéis,alegres,carinhosos,ciumentos,cativantes e parceiros pra todas as horas.Vão te defender quando você estiver em perigo,te mimar quando você estiver triste,fazer festa com a sua chegada e te perdoar quando você for duro demais.Esse é o perfil dos cães,não é atoa que digam que eles são os melhores amigos do homem.
Toda criança já fez birra para levar aquela coisinha fofa e pequena,com as orelhinhas baixas e o rabinho abanando,de dentro do caixote pra casa.E as que conseguiram convencer seus pais,seja pela fofura dos bichinhos ou pela potencia da manha,sabem bem o que é passar noites em claro para conter grunhidos,pegar papel higiênico escondido para limpar o xixi que o danadinho fez atrás da porta e dar biscoitinhos quando ninguém estiver olhando.
Apostar corrida,rolar no chão,ficar encharcado ao dar banho,ter um amiguinho assim sempre tão disponível,doce,meigo e hiperativo é uma delícia.
E é por isso que eu fico de coração partido toda vez que vejo um cãozinho abandonado nas ruas.Revirando latas de lixo,mendigando um pedaço de carne pra alguém sentado num bar,quase sendo atropelado a todo instante ao atravessar a rua.
Não consigo entender como alguém consegue criar um animal de estimação,tratar dele,colocar um nome,e depois se desfazer do mesmo como se desfaz de um objeto que não serve mais.E deixá-lo a mercê do tempo,exposto a enfermidades,pra tomar chuva,ser escorraçado pelas pessoas aonde quer que se deite e apanhar de algum asno que sinta prazer em ferir uma criatura inocente.
A partir daí,o que já era uma tremenda crueldade e falta de amor aos seres vivos,se torna um problema seríssimo de saúde pública.Porque nas ruas o cachorro contrai doenças,muitas das quais são transmissíveis a seres humanos,que podem ser graves e até mesmo fatais.Como a leishmaniose,a raiva,dentre muitas outras.
Se alguém quer adotar um cachorrinho deveria pensar duas vezes antes,para ter a certeza de que poderá cuidar dele durante toda a sua vida,que pode durar quase vinte anos.Tem que lembrar de que como tudo que é vivo,os animais também adoecem,envelhecem,precisam de carinho,alimento,higiene e cuidado.
Infelizmente a energia e o vigor de um filhote não são eternos,mas o amor e o afeto que eles tem por seus donos duram por todo o tempo de sua existência.E por sinal um amor que só eles sabem dar,sem pedir nada a mais que um cafuné na cabeça,uma cosquinha na barriga um ‘’muito bem garoto’’.