Nem sempre termino tudo que começo,nem sempre digo o que
penso,nem sempre consigo concluir um verso inteiro sem rabiscá-lo antes mesmo
de colocar um ponto final.
Quer saber,ás vezes eu amarelo,desisto,dou pra trás,mudo de
ideia.Quero e não deixo transparecer,sinto e prefiro esconder,saio de casa e
volto antes de chegar ao meu destino imaginado.
Tão raras as vezes em que eu realmente consegui fazer tudo
aquilo que ensaiei por horas e horas na frente do espelho,e quando uma ideia
que pareceu boa continuou assim escrita numa folha de papel posso contar nos
dedos.
E no fim sempre são bolos de papel amassados em bolinha
espalhados pelo quarto,palavras riscadas e abraços nunca dados.
Poderia até fazer uma coleção com as cartas que nunca
entreguei,presentes guardados no fundo do guarda roupa que nunca dei,contos que
não continuei,caprichos que esqueci.
Mas por mais estranho que possa parecer eu não me sinto mal
com isso.A minha covardia nunca falou mais alto quando não deveria,meus medos
quase todos se quebraram a medida do tempo.Não trocaria nada,não mudaria nem um
só detalhe de lugar.
Entendo que o que consegui por inteiro,sendo bom ou ruim,de
certa forma se completa com o que está interminado,com o que me resta,o que
ainda falta descobrir.
Um dia ouvi que promessas são como jarros de barro,fáceis de
fazer e fáceis de quebrar,mas por sorte ou por consolo,as juras foram feitas
pra serem eternas.Hoje juro que os sonhos que dilacerei foi pra dar a chance a
novos que estavam por vir,e os pedaços que juntei do que chamei de amor estavam
incompletos sim,mas a espera da peça certa que está por vir.
Afinal,a morte de um sonho,se dor é dor em vão,porque os
sonhos não morrem eles só vem e vão.Peço as sinceras desculpas às palavras que
troquei e frases que rabisquei até chegar esse final que pra mim tem na verdade
gosto de começo,deixo à elas uma frase de Fernando Sabino que traduz a verdade
de que “no fim tudo dá certo,se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim’’.
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