Com o passar do tempo a gente vai descobrindo a verdadeira
intimidade, e vê que é mais intimo andar de mãos dadas com alguém que vê-lo nu.
Começamos a nos dar conta de que haverão possivelmente, espalhadas pelo mundo,
dezenas de pessoas com quem poderíamos passar noites em claro conversando,
dançando, tocando, mas me atrevo a dizer que nem da metade delas toleraríamos a
sinceridade do silencio.
A verdade é que nossos amores antigos, meninos, cheirando a
broto e a incompreensão, nos tornaram algo mais completos, e o tempo que nos
abstemos deles acaba por nos amadurecer ainda mais. Somos mais inteiros,
dizemos aos outros que nos conhecemos, damos nossos números de telefone só a
quem queremos e não nos permitimos mais devaneios desnecessários. Pode até ser,
mas quem tanto assim se tem, mais medo tem de se perder, e aquele ‘’por que
não?’’ a que tanto nos atrevíamos, pouco a pouco vai dando um lugar para um
automático ‘’melhor deixar pra lá’’.
Já não podemos mais
criar personagens em cima de pessoas e vivermos com elas historias de contos de
fadas. As pessoas são quem são, não quem gostaríamos que elas fossem. Não é que
seja mais difícil agora gostar de alguém, mas é somente, que a partir de agora
é mesmo pra valer. Tem um mundo inteiro existindo em cada um, isso jamais
deixara de cedo ou tarde atrair o interesse, mas com a chance tão mais simples,
de visitar esses mundos por um par ou dois de encontros, acaba soando mais
confortável fazer turismo nos universos alheios que ir desbravar seus verdadeiros
mistérios. Eu sempre fico me perguntando depois o que iria descobri, só que
nunca mais isso me fez seguir a diante.
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