domingo, 28 de fevereiro de 2016

Rabiscos no calendário

‘’ Eu adoro prazos. Gosto do som de ‘’ vuuussh ‘’ que fazem quando passam voando pela gente (Douglas Adams) ‘’.
Espero sinceramente que você tenha mais o que fazer do que ler este texto, mas se não tiver, obrigada por unir-se a mim nessa nua e crua perda de tempo, concordemos que é melhor que ser analfabeto, ou que fazer as correções de uma resenha para as normas da ABNT, ou que lavar a louça que acabei de sujar fazendo tirinhas de frango empanado ( estavam deliciosas!) ou que confessar que é sábado a noite e você está na frente de um computador por falta de coisa melhor pra fazer.
Sobre a frase, a do D. Adams, simplesmente acho que ela define a vida: esperar, esperar e esperar. É tudo que eu faço. A vida em si me sobrecarrega com prazos, e eu, sabe-se lá por costume ou por loucura, também tendo a eles, achando uma delícia grifar com marca texto datas no calendário, achando internamente que saber o que fazer em um dia que nem sei se vai mesmo chegar, é o mais próximo que posso chegar de decidir meu próprio destino, ou de prever o futuro. Mas nunca é igual, os planos do destino de verdade são mais bem elaborados do que o que nossas vãs mentes conseguem imaginar. Por que raios então continuamos estipulando o tempo como se ele fosse nosso, e não fossemos dele? Ingenuidade, meus caros, pura ingenuidade! (Doce ingenuidade que rege a vida dos homens).
Tenho travado uma luta diária com o relógio ( e quem não!?), hora de acordar, hora de dormir, hora de comer, hora de estudar, hora de trabalhar, ora essa, qual é a hora que me dá o direito legítimo de dizer que a posso gastar, sem que minha consciência se alarde, dizendo com aquela vozinha irritante:_’’ você tem muito o que fazer! Não devia estar aqui, volte logo pros livros, pros sustenidos, pros pensadores contemporâneos e também pros antigos, vá já pra casa, e não durma, não coma, e pelo amor de Deus, não morra!_’’

Tem sido assim, e pensando bem, ai de mim se não fosse, entre os prazos eu corro e me socorro, com o tédio não posso, Deus que me livre do ócio. E bem dizia o ditado que quem tem seus vícios que arque com seus artifícios, tempo meu eu que não tenho, prefiro que esta curta vaga que ás vezes aparece, seja dada aos amigos, aos filmes ,a família e aos livros ( e de vez em quando, mas não menos importante, ao mero exercício de perder o juízo) .

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